Recentemente as revistas do Brasil vieram com um anúncio, de página dupla, da rede americana de fast foods McDonald's. Isso não seria anormal se não fosse o conteúdo do anúncio. Nele há um longo texto explicando sobre ácidos graxos, gorduras hidrogenadas, colesterol bom e ruim entre outras coisas. Pode-se inclusive ver um vídeo ilustrativo sobre isso no site da empresa.
Bom, agora sabemos que a "refeição" mais vendida, a McOferta número 1, teve seus níveis de gorduras reduzidos em 87%! o mesmo ocorrendo com o McLanche Feliz, ou seja, as crianças de todo o mundo estavam comendo quantidades enormes de gordura, cheias de LDL (colesterol ruim) e nem sabiam disso.
Será que agora essa grande empresa resolveu ficar boazinha? É claro que não. No anúncio diz que o McDonald's pesquisa há dois anos sobre uma maneira de reduzir o colesterol ruim de seus produtos.
O interessante é que há quase 3 anos o filme Super Size Me - A Dieta do Palhaço do diretor Morgan Spurlock, expôs a cultura do fast food nos Estados Unidos. Morgan alimentou-se, 3 vezes por dia, durante um mês nas lanchonetes do McDonald's, servindo de cobaia para provar os efeitos nocivos que esse tipo de alimentação causam.
Durante o filme Morgan consumiu o equivalente a 5000 calorias diárias. No final de 30 dias ele ganhou 11 quilos e sua massa corporal cresceu 13%, chegando ao índice 27 (excesso de peso), quando o considerado saudável é entre 19 e 25.
É obvio que a empresa partiu para a sua contra-ofensiva. Nesse caso a dita redução das gorduras trans (as que formam o colesterol ruim) é uma das ações. Mas será que apenas isso é suficiente?
Na minha modesta opinião não. O McDonald's não é a unica empresa que produz alimentos que fazem mal à saúde. Até a pouco tempo consumiamos alimentos com transgênicos e ninguém sabia disso. Foi preciso uma grande mobilização da sociedade civil organizada para que a lista dos produtos que contém transgênicos se tornasse pública. Aqui vale ressaltar o trabalho desenvolvido pelo Greenpeace.
Recentemente, no dia 8 de março, uma manifestação defronte ao McDonald's, em Caxias do Sul (veja as fotos) , tentou levantar a discussão sobre a soberania alimentar. O leitor desse texto pode perguntar: Mas por que o McDonald's? Poruqe ele é um símbolo desse tipo "refeição". Esse é o preço que se paga pela liderança. É o custo do seu faturamento milionário, ou seja, virou vitrine.
Todos as empresas de fast foods produzem alimentos que fazem mal à saúde. Mas o McDonald's produz em uma escala que faz muito mais mal. Um argumento, falho, é que ele traz empregos. Mas quantos postos de trabalho são fechados de pequenos restaurantes, lancherias e similares que não conseguem suportar a concorrência?
Se é tão bom não precisaria tanta progranda para provar. Pensem bem nisso.