quarta-feira, agosto 08, 2007

E a direita assumiu o DCE

Paramos no artigo anterior em um momento crucial da história recente do DCE/UCS. Estavamos entrando na última gestão do Ruy Pauletti. Essa gestão foi marcada pelo endurecimento da reitoria perante a todos que tivessem uma opinião diferente da vigente. É nessa época que o movimento estudantil começa a ser "comprado" pela Reitoria.

O ano é 1999. Os personagens principais são Emir Alves dos Santos e Harty Moises Paese. O Emir foi o grande responsável pela articulação de um grupo de estudantes que representasse as posições da Reitoria, no caso posições de direita. Pauletti sempre falava que seu partido era a "UCS". Mentira que cairia por terra quando ele se filiaria ao PSDB finalmente demostrando publicamente sua posição política. Fechando esse parênteses era "responsabilidade" do Emir, que era pró-reitor financeiro, fazer essa relação de cooptação com o movimento estudantil. Tarefa fácil considerando-se que ele tinha a chave do cofre. A primeira vez onde essa política se concretiza foi na eleição do Harty, que substituiu a gestão do Rodrigo Beltrão. A eleição do Harty foi a mais tumultuada em todos os 40 anos do DCE. Com ligações com o DCE/PUC, Harty convocou uma série de "leões de chácara" para garantir, de qualquer maneira, o resultado eleitoral favorável.

Nessa eleição os "colegas do Harty da PUC" invadiram a sede do DCE. Curiosamente a segurança da UCS ficou apenas observando. Com a conivência, apoio e participação direta da reitoria o Harty venceu. Não que ele precisasse desse esforço todo como já comentei no artigo anterior. Entretanto a grande aposta da reitoria foi por água abaixo. Em dois meses a gestão implodiu. Denúncias de desvio de dinheiro, mal uso de recursos do DCE, entre outras irregularidades fizeram com que 80% da diretoria renunciasse (sobraram apenas o Harty e seu tesoureiro).

A falta de uma maior mobilização do movimento estudantil, que nessa época estava tutelado pela reitoria, impediu que novas eleições fossem chamadas. A história só começa a mudar quando o DA de Direito começa a organizar os Diretório Acadêmicos para rearticular o DCE. Janquiel Papini era um dos vice-presidentes do DA e foi um dos articuladores desse movimento. As eleições são chamadas para maio de 2001, onde concorrem 6 chapas (nenhuma se dizia da situação). Essa eleição é o começo da "Chapa 2" que se transformaria no movimento mais organizado de direita que já existiu na UCS. Apesar de representar o mesmo pensamento do Harty eles negavam qualquer ligação com o ex-presidente.

Itacir Alves dos Santos vence as eleições de 2000, que também não foi tranquila. Panfletos anônimos atacando a chapa 5 - DCÉ Prá Lutar que tinha como candidato a presidente o estudante de Letras Marcelo Sodré, que era a principal chapa de oposição a reitoria. Esses panfletos continham uma série de ataques e misteriosamente apareciam todos os dias. Nos primeiros dias eram distribuidos por adolescente, como era fácil tirar os panfletos deles no último dia "alguém" contratou um grupo de halterofelistas para distribuir. Eu dou 1 chance para vocês advinharem que deve ter escrito e articulado a distribuição dos panfletos.

Como a gestão do Harty tinha sido horrível, sendo quase impossível fazer uma gestão pior e com uma grande liberação de recursos da Reitoria a gestão do Itacir conseguiu ser boa, do ponto de vista organizativo. Mas falhou enormemente na mobilização. Nas discussões das mensalidades o DCE devolveu as beneces recebidas da Reitoria e não fez nenhuma discussão sobre o reajuste das mensalidades. Como o estatuto contemplava a proporcionalidade, a chapa DCÉ Prá Lutar, indicou três pessoas para fazerem parte da diretoria. Entre eles estava o Ricardo Barazzetti que juntamente comigo e com o Diogo Costa organizou uma proposta alternativa para o reajuste das mensalidades. Ocupando um espaço deixado pela inércia da diretoria do DCE um grupo de oposição começou a se formar. Apesar de articular com mais de 30 Diretórios Acadêmicos o movimento não conseguiu folêgo suficiente para disputar a próxima eleição com chances de vencer. O poder de barganha da UCS ainda era muito grande. Os dois principais concorrente nessas eleições foram Tobias Shorn, situação e Ricardo Barazzetti, pela oposição.

A grande "marca" dessa gestão é a elaboração, por 5 pessoas, do estatuto do DCE. Sem discussão, entre 4 paredes e no apagar das luzes a gestão do Tobias faz um dos piores estatutos de entidades. Utilizando-se de uma brecha legal ele registra e essa "coisa" passa a valer. Para não fazer uma injustiça é nessa gestão que o "Restaurante Universitário", que não tem preço universitário, é construído.

Sucedendo o Tobias veio o Joecir Guedes, o Jaca. A grande contribuição do Jaca para o movimento estudantil foi ter ajudado na articulação da oposição. Jaca convoca um ato, apenas para fazer cena. Ele não contava com a participação de um grupo de estudantes, principalmente da História, Biologia e Direito. As pessoas presentes queriam ir até o Bloco M, onde estaria o Reitor, para reivindicar um índice menor de reajuste. O Jaca toma, então, uma das atitudes mais idiotas que alguém que dirige um ato pode fazer. Ele declara que o ato estava encerrado. De pronto as pessoas presentes disseram que NÃO, o ato não estava encerrado. O pequeno movimento que chegou no Bloco M com cerca de 30 pessoas foi ganhando adesões por todos os blocos por onde passou e no final de 2 horas de caminhada contava com mais de 500 pessoas e com o cancelamento das aulas em vários blocos da UCS.

A partir daí uma grande articulação se criou ela se chamou "Movimentação". A movimentação ganhou força e disputou as eleições do DCE. Tinha a frente a estudante de Letras, Camila Marcarini. Apesar de não ter vencido as eleições, a diferença foi por apenas 400 votos, uma coisa ficou evidente seria a última gestão da pelegada.

Sobre esse assunto vou falar no próximo artigo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ainda vai virar filme essa história.
Tipo "queridos Amigos "


huahuahuahuahua