terça-feira, maio 26, 2009

O que me fascina na tecnologia

Uma pergunta surgiu em uma disciplina da UCS. "O que no mundo tecnológico te fascina?" Essa foi a minha resposta. Alguém concorda? descorda?

O que me fascina no mundo tecnológico é que ele pode fazer um animal lento, que enxerga mal e fraco em um sucesso evolutivo.

O ser humano passou de alimento para outros animais a espécie com capacidade de mudar - e acabar com o planeta - utilizando da tecnologia. Desde as ferramentas mais simples, que inclusive são compartilhadas por nossos primos primatas (pedras como martelo, galhos como alavanca ou armas), até as mais avançadas que nos levaram ao espaço ou nos permite abrir uma garrafa de Coca Cola com facilidade.

O importante em relação a tecnologia é não julgá-la boa ou má. A mesma tecnologia que criou a bomba atômica também possibilita a cura de doenças e gera energia. O fascinante é encarar os dilemas éticos que ela nos traz. Podemos clonar um ser humano, mas devemos?

A tecnologia aliada a outra característica exclusivamente humana nos eleva a um outro patamar evolutiva. A arte é uma característica que só existe entre os humanos - por enquanto - e é ela que nos distingue enquanto seres. Fazemos e apreciamos a arte por que somos humanos. Arte e tecnologia nos permite não só representar o mundo mas também recriá-lo. Permite que a imaginação supere os nossos limites corporais, de tempo e de espaço.

Arte e tecnologia faz uma nova revolução evolutiva naquele animal lento, fraco e que enxerga mal. Agora não é mais o sucesso evolutivo que importa. Ele não precisa mais ficar fixo em seu meio, ele pode criar um mundo único. O universo passa a ser o limite.

terça-feira, maio 05, 2009

"Sonhar é acordar-se para dentro"*

É noite, olho pela janela e o lado de fora me parece familiar e estranho ao mesmo tempo. Acho que já vi essa imagem, na minha mente aparece a imagem de uma tela de Van Gogh. Sim, é Monticelli. Foi fácil descobrir. Continuo lendo meu livro. Estou calmo e tranquilo. A luz da vela quase não treme.

Derrepente percebo uma sombra, minha respiração começa a ficar acelerada. O que será essa sombra? O que está surgindo das profundesas da escuridão? Antes de poder pensar sobre isso apaga-se a vela e sou encoberto por um breu que luz nenhuma parecia penetrar. Tão logo como apareceu ele desaparece. Estou agora numa biblioteca. Na minha frente há livros, muitos livros, estantes e estantes de livros. Sinto um impulso, tenho que organizá-los. Um a um, um ao lado do outro, uma tarefa repetitiva. Minha respiração começa a acelarar cada vez mais, minhas mãos não param de executar a tarefa. Meu peito doi. Essa dor vai subindo pela minha garganta, não consigo segurar. Solto um grito tão alto que ele estremesse o ambiente.

Estou calmo novamente. Olho pela minha janela e vejo uma paisagem novamente. Não é mais noite. Vejo um campo e um pinheiro. Cores vibrantes e fortes inundam minha retina. Por que estou vendo quadros do Van Gogh? Agora estou pintando. Sobre a mesa há tinta, pinceis, uma cartolina. Estou feliz. Estou calmo, tranquilo. O que está se passando comigo?

Ouço um ruído. Minha sala começa a escurecer. Tenho medo de me virar. O pavor atinge minhas pernas. Um véu negro me encobre novamente. Nããããããããão!

Resurjo sentado em uma carteira escolar. Na minha frente lápis e papel. Começo desesperadamente a escrever uma combinação de dois números: 0 e 1. Para mim essas sequências tem lógica. Parece que eu as compreendo. Olho para o lado e há uma infinidade de pessoas iguais a mim fazendo a mesma coisa. O trabalho é cansativo. É exaustivo. Minha mão treme. Meu coração acelera. Meu estômago doi. É um dor aguda. Não consigo resistir.

Nesse momento ouço um bip. Tudo congelou. O que está acontecendo? Parece que a imagem está se desmanchando, tudo virou apenas uma combinação de zeros e uns.

Tudo fica preto. Uma outra imagem aparece...

¹O autor da frase do título é Mário Quintana.
² Esse conto se transformará em um vídeo para a disciplina de Cibercultura do curso de Bacharelado em Tecnologias Digitais da UCS.

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